quarta-feira, março 27, 2024

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Inteligência artificial já é realidade na vida de muitos estudantes brasileiros

As escolas debatem como lidar com a ferramenta, em busca da melhor solução

Uma carta assinada por centenas de cientistas e empresários na semana passada esquentou o debate mundial sobre os avanços da inteligência artificial e os riscos que ela representa. A maior preocupação dos cientistas é com o futuro dessa tecnologia, mas ela já está muito presente na vida de estudantes, por exemplo, inclusive no Brasil.

Quando o universo cabe na palma da mão e as informações te levam para onde a imaginação pedir, não dá pra ignorar os rumos dessa viagem.

Houve um tempo em que os livros e as enciclopédias eram as maiores fontes de pesquisas e os autores tinham nome e sobrenome. Mas a tecnologia avançou tanto que mudou a forma de obter conhecimento. Cada vez mais, bilhões de informações estão em uma ferramenta da internet que te dá as respostas que você quiser e, muitas vezes, vai além. E o autor atende pelo nome de inteligência artificial. As escolas estão debatendo como lidar com essa ferramenta, em busca da melhor solução.

O ChatGPT é uma das ferramentas que usam a inteligência artificial. É treinado para gerar textos claros e coerentes e dar respostas para qualquer tipo de pergunta, a partir de informações que estão disponíveis na internet.
 
 
“Funciona como uma mente que funciona por si só. Foi criada artificialmente, uma coisa que se pode pensar por si só, que não é de origem natural”, conta o estudante João Peixoto.

“Eu de vez em quando, pergunto para o ChatGPT, me dá alguma ideia ou como escrever um código de computação para fazer um site ou algo desse tipo”, diz o estudante Carlos Felipe.

Em uma escola com crianças do infantil, do ensino fundamental e jovens do ensino médio, a inteligência artificial passou a ser uma questão nos trabalhos, nas provas, o que gera um debate constante.

“Os professores cada vez mais tentam fazer com que a gente não copie e cole, então eles têm formas de ver se a gente plagiou de algum lugar, então tem que ser algo nosso. Você não pode ser dependente dele, você tem que saber fazer as suas coisas, mas usar ele como auxílio”, afirma a estudante Manuela Sá.

O assunto fez com que os professores se reunissem para rever a metodologia. Mas mantendo o foco em um ponto mais essencial.

“O recurso ético, a formação, a percepção, a identificação, a análise daquilo que ele está vendo. O trabalho vai continuar. A inteligência artificial veio para ficar, só que a escola tem que mudar alguns procedimentos metodológicos, algumas coisas não podem ser mais pedidas para serem feitas, e trabalhar muito mais a formação do indivíduo, para como ele usar aquilo”, conta Fernando Ferreira, pesquisador NetlLab/UFRJ.

Quando a imagem do papa Francisco vestindo um casaco da moda chamou a atenção do mundo por ser falsa, os olhos se voltaram para a inteligência artificial e sua capacidade de criar e de espalhar mentiras.

“Basicamente isso possibilita qualquer pessoa criar uma imagem e usar aquilo para complementar uma fake news, por exemplo”, diz o estudante Leonardo Moraes.

O professor Fernando Ferreira, pesquisador da Netlab da UFRJ, alerta que em tempos de inteligência artificial, é preciso treinar os olhos e aguçar o conhecimento.

“A tecnologia está chegando num ponto que simplesmente num primeiro olhar é impossível você detectar se aquilo é verdade ou não. Então é mais importante do que nunca que se procure informação em fontes confiáveis e que se treine as pessoas a entender que é um processo e não qualquer informação disponibilizada é verdadeira. Então eles têm que aprender a utilizar a ferramenta e entender que essa ferramenta não é uma resposta para tudo, é simplesmente mais um recurso disponível”, conta o pesquisador da Netlab UFRJ Fernando Ferreira.

A diretora do Centro de Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas, Cláudia Costin, diz que a inteligência artificial é um grande desafio, mas também pode ser uma grande oportunidade.

“A ética é a essência da questão, usar as ferramentas não para deixarmos de ser humanos ou emularmos os robôs e sim a partir do que é produzido pensar criticamente e construir conteúdos novos”, diz a diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV, Cláudia Costin.

Via Jornal Nacional

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