segunda-feira, abril 15, 2024

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Mercado Bitcoin usa blockchain da Stellar no Real Digital do Banco Central e testes revelam sucesso da iniciativa

Primeiros testes realizados pelo Mercado Bitcoin para o Real Digital são sucesso e mostram potencial do uso de blockchains públicas na CBDC nacional

Um consórcio liderado pelo Mercado Bitcoin (MB) concluiu com segurança um projeto crítico de testes para o Real Digital, usando a blockchain da Stellar. Os resultados, divulgados pelo Valor, são os primeiros a serem revelados sobre a CBDC nacional.

Entre outros pontos, segundo a publicação, os testes destacaram como blockchains públicos podem ser usados no Real Digital com segurança para conectar o mundo das finanças tradicionais com o universo das finanças descentralizadas (DeFi). 

O projeto envolveu a simulação de transações do tipo DvP (Delivery versus Payment), utilizando um protótipo do real digital e possibilitando a liquidação quase em tempo real e com baixo custo na plataforma de código aberto da Stellar.

As empresas ClearSale, CPQD e Cheesecake Labs também participaram do piloto, que envolveu todas as etapas de transações, desde cadastro e verificação de informações até a gestão de identidade digital descentralizada.

“Nossa tese era provar que é possível, viável e seguro realizar transações com ativos digitais usando uma representação do real em redes públicas. O Banco Central tem sempre essa preocupação de entender o que acontece quando [as transações] saem de suas mãos”, disse ao Valor, Fulvio Xavier, responsável por projetos especiais do MB.

Os resultados desses testes, com outras iniciativas do Lift (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), ajudarão o Banco Central a definir as funcionalidades e o desenho do real digital.

O projeto também torna mais palpável as necessidades de diferentes participantes do arranjo do real digital, com os intermediários de maior porte tendo acesso direto à CBDC brasileira, e a representação digital da moeda brasileira para o varejo sendo o token de um depósito bancário, com risco da instituição emissora.

Para os processos de identidade e credenciais, foram utilizadas as ferramentas da ClearSale e do CPQD, permitindo que os usuários façam uso da identidade digital distribuída em diferentes bancos de dados para obter vantagens em benefício próprio e alertas em caso de uso indevido e possíveis golpes associados a determinadas identidades.

“Falar em real digital sem passar pela questão da identidade é deixar a discussão de privacidade e de segurança para trás. O conceito de identidade descentralizada fica mais natural e simplificada”, disse Fernando Marino, gerente de produtos blockchain no CPQD.

Projetos

Além do consórcio liderado pelo MB outros consórcios, liderados por empresas e protocolos de criptoativos, participam dos testes do Real Digital desenvolvendo diferentes soluções para a CBDC nacional.

AAVE

Reúne recursos dos poupadores (formando um fundo, ou pool de liquidez), por meio de ferramentas de finanças descentralizadas (DeFi), com foco em oferecer empréstimos e garantir que essas operações se adequem às normas do sistema financeiro nacional.

BANCO SANTANDER BRASIL

Propõe a conversão para o formato digital (tokenização) do direito de propriedade de veículos e imóveis e sua negociação, mediante o método de pagamento contra entrega (DvP), no qual o pagamento pelo bem (casa ou automóvel) ocorre no mesmo instante em que seu direito de propriedade é transferido para o comprador.

FEBRABAN

Propõe a negociação de ativos financeiros digitalizados (tokenizados) usando o método de pagamento contra entrega (DvP), no qual o pagamento pelo ativo financeiro ocorre no mesmo instante em que seu direito de propriedade é transferido para o comprador.

GIESECKE + DEVRIENT

Apresenta um sistema de pagamentos e transferências baseado no real digital que pode fazer transações mesmo quando pagador e recebedor estiverem sem acesso à internet (pagamentos dual offline).

ITAÚ UNIBANCO

Propõe facilitar pagamentos e transferências internacionais entre Brasil e Colômbia por meio do uso de método de pagamento contra pagamento (PvP), em que detentores de moedas diferentes – no caso, o real e o peso colombiano – podem trocar essas moedas entre si, e a entrega da moeda para cada um dos envolvidos acontece simultaneamente.

TECBAN + CAPITUAL

Apresenta solução de entrega de encomendas para de comércio eletrônico por meio de uma rede de armários programáveis baseada na internet das coisas (IoT), ou seja, oferece uma solução de logística, em um sistema potencialmente aberto de pagamentos e entrega, no qual diferentes plataformas de e-commerce poderão ter acesso a pontos seguros de entrega.

VERT

Apresenta uma solução de financiamento rural baseada em dinheiro programável, mediante uma moeda digital de emissão própria com valor atrelado ao real (stablecoin do real).

VISA DO BRASIL

Apresenta uma resposta para o financiamento de pequenas e médias empresas com base em uma solução de finanças descentralizada (DeFi) que poderá dar a esse segmento uma maneira viável de acessar fontes de financiamento externo.

Real Digital

Durante a fase piloto, o Real Digital será testado em diferentes cenários e situações, a fim de avaliar sua viabilidade e identificar possíveis problemas. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto enfatizou que a fase piloto será uma oportunidade para o Banco Central e suas instituições parceiras aprenderem mais sobre a moeda digital e como ela pode ser implementada da melhor forma possível.

Embora a implementação do Real Digital seja vista como um passo importante para a digitalização da intermediação financeira no Brasil, a adoção da moeda digital ainda enfrenta desafios significativos. Uma das principais preocupações é a segurança cibernética, uma vez que a moeda digital pode ser vulnerável a ataques de hackers e outros tipos de ameaças virtuais.

Recentemente, Campos Neto participou do programa Roda Viva, na TV Cultura, na qual também declarou que o Real Digital é uma prioridade do Banco Central e que ele irá preparar o país para uma nova era de economia digital com contratos inteligentes.

“Eu gostaria de conectar, no mundo digital a gente tinha três grandes blocos, gostaria de conectar os blocos, que é o PIX, com Open Finance, com a moeda digital. A gente já tem o piloto da moeda digital, que vai começar a rodar em breve. Eu acho que essas três coisas podem mudar a história da intermediação financeira no Brasil, transformando nosso sistema em uma coisa eficiente e hoje no mundo não tem ninguém tão avançado”, disse no Roda Viva.

Via cointelegraph

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