Se você é ativo na internet, com certeza se deparou com esse meme pelo seu feed nas últimas semanas.
Criada em 2013 pelo cartunista Genildo Ronchi, a charge vem sendo adaptada para uma série de memes dentro e fora do Brasil.
Rochi tem 53 anos. É Nascido em São Mateus, município de Espírito Santo, graduado em educação artística, com licenciatura plena em desenho, e faz ilustrações desde 1993, quando começou a trabalhar no jornal A Gazeta de Vitória.
A charge representa duas pessoas sentadas num ônibus, encarando as vistas de suas janelas. Com desânimo e tristeza, uma delas vê a rigidez cinzenta de uma montanha rochosa, e a outra encara e registra a luz policromática do pôr do sol que ilumina montanhas de cobertura vegetal.
O artista contou à Folha de S. Paulo que pretende vender a figura como um NFT, mas que ainda não sabe o valor que irá cobrar pela venda.
“Ainda preciso checar o valor que colocarei, mas já sei que quero fazer isso.”
O desenho original surgiu há oito anos, em 24 de agosto, data de aniversário do artista. “Eu sempre passava perto de um terreno baldio que era cheio de mato, terra e lixo. Ali não cheirava nada bem. Algumas vezes, andei pelo caminho com olhos fechados e prendendo a respiração”, diz ele. “Mas um dia percebi que poderia começar a olhar para o outro lado enquanto atravessava o terreno. Passei, então, a ver o pôr do sol, uma coisa maravilhosa. Descobri que posso aceitar ser feliz mesmo diante de algo que não me faz bem. Cheguei em casa e fiz a obra.”
A frase “escolha o lado feliz da vida“, que compõe a charge original, foi excluída da maioria das adaptações da imagem. Além da mensagem, a assinatura do autor ficou de fora em muitos casos, o que lhe causou desconforto.
“Alguns memes cortaram minha assinatura, talvez por medo de processo, ou algo do tipo. Mas com humildade, comecei a agradecer as referências [à charge] nos perfis e notei que isso favoreceu o mapeamento dos créditos na viralização.”
Ronchi também explica que a charge não foi criada para menosprezar sofrimentos alheios, ou desconsiderar a legitimidade da tristeza.
“Conseguiram fazer humor em cima de algo sério, que mexe com raízes psicológicas. Mas mesmo assim, gostei de saber disso”, afirma o cartunista.
Ele diz ainda que se esforçou para não especificar o gênero dos personagens e a região onde vivem.
“Nessa iconografia, eu trabalhei essencialmente com o psicológico e usei bastante semiótica”, afirma, detalhando a escolha da profundidade, do sombreado, das linhas e das gigantescas janelas, que ele enxerga como “as almas do indivíduo”.
(adaptado da matéria de Marina Lourenço na Folha de São Paulo)
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