Clelio de Paula (1987, Rio de Janeiro) é um artista visual que usa programas de computadores para criar, gerar e consumir experiências que são, em sua maioria, interativas. Seus principais materiais de trabalho são esculturas, peças de cabeça, escaneamentos tridimensionais e fotogrametria, normalmente são consumidos através da Realidade Virtual e Aumentada. O artista foca em três principais principais aspectos: A capacidade do público interagir e influenciar o resultado da experiência; a relação afetiva e estética do registro tridimensional de pessoas e espaços no tempo e suas infinitas possibilidades de consumo; e a mescla entre o físico e o virtual. Foi finalista do prêmio internacional Lumen Prize na categoria de Realidade Virtual e exibiu seus trabalhos usando Realidade Aumentada, Mista e Virtual na Europa e Brasil:Tate Modern (Londres), Horniman Museum & Gardens em Londres, Museu do Amanhã, Casa França Brasil, Festival Multiplicidade, Oi Futuro. Grande parte da pesquisa de Clelio leva em conta a preservação da memória através de técnicas emergentes de registro para que os arquivos originais se mantenham vivos e inalterados. O autor usa de animação e modelagem 3D para extrapolar as possibilidades físicas das obras, uma vez que são feitas para serem experienciadas em camadas virtuais ou digitais. Camadas Eküro.
GUERREIRO EKÜRU!
A obra é uma instalação virtual cinética em Realidade Aumentada, realizada a partir do escaneamento tridimensional de um guerreiro originário Kuikuro, registrado durante as duas residências artísticas e que o autor teve a oportunidade de participar no Alto Xingu, a convite da Aldeia Ipatse (entre 2017 e 2018). A obra traz em seu título o modificador "Eküru", junto com a palavra em português “Guerreiro”. Eküro é usado como modificador na língua karib->kuikuro, que emprega a ideia de “arquétipo/monstruoso/não-real”, arquétipo do guerreiro.