domingo, maio 12, 2024

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Inovação é uma palavra ultrapassada

Por Maria Goreti Rosa Freitas e Jonathan Boilesen

“Existe um modo novo de fazer, encontre-o.”
Thomas Edison

Você acreditaria se nós te disséssemos que inovação é um termo que tem sido usado há 7 séculos?

Pois é, tem sido sim! Inovação foi usado como termo pela primeira vez no século XIV. Isso é 1300!  

Porém, foi mais recentemente, assim modo de falar, no final do século XIX que inovação passou a ser um termo usado para se referir à introdução de novas ideias, métodos ou tecnologias.

A etimologia do termo inovação é o latim innovatus, que significa renovado ou mudado.

Hoje ainda, o termo inovação é disputado por setores nos negócios e na tecnologia para mostrar uma contemporaneidade que muitas vezes simplesmente não existe.

Quantos núcleos, setores, departamentos, presidências que você conhece que usam inovação e quantos realmente são aqueles que têm produzido novidade, ali na real?

Usar um título, numa placa na porta ou em cima de uma mesa, não quer dizer exatamente que aquele papel é desempenhado com eficiência.

O que propomos:

Nesse texto nós propomos o uso de um termo novo para substituir o surrado termo inovação. Esse termo novo ainda está por ser cunhado e você pode ajudar nessa criação. Enquanto isso vamos propor que esse novo termo seja sempre acompanhado de um índice que possa aquilatar a produção real, palpável e mensurável de novidades geradas pelos indivíduos e pelas organizações. Também não demos nome ou acrônimo a esse índice. Na Figura, temporariamente o denominamos ‘concretizei’.

Desde que tragam avanços significativos, aceitaremos como premissas da criação de novidades as:  

1) melhorias incrementais, ainda que possam ser tidas como formas menos ambiciosas de progresso, como por exemplo melhores saca-rolhas e

2) melhorias disruptivas, que são mais frequentemente associadas à mudanças e progressos mais radicais e revolucionários, como foi por exemplo o smartphone ou as tecnologias de mRNA nas vacinas.

O avanço é a força motriz por trás do progresso e crescimento em qualquer indústria ou área do conhecimento. É a introdução de novas ideias, métodos ou tecnologias que levam a produtos, processos e serviços aprimorados em todas as organizações, quer sejam indivíduos, startups, instituições de ensino e pesquisa ou corporações de todos os tamanhos. As organizações que priorizam o avanço têm maior probabilidade de servir a sociedade de modo peremptório, permanecer à frente e ter sucesso numa realidade em que cada vez mais um único indivíduo consegue contribuir para mudar o mundo.

Avanços não ocorrem ao léu.

Avanços requerem uma cultura de experimentação, aceitação de riscos, aprendizado e iteração contínuas.

As organizações devem promover um ambiente onde seus membros estejam sempre inquietos não só para propor novas ideias, mas para experimentá-las e fazê-las acontecer. Essas organizações incentivam, investem e acreditam na pesquisa e no desenvolvimento buscando a vanguarda das tendências e tecnologias.

A criação de produtos e serviços é força motriz e fator chave para o crescimento econômico e igualitário, para gerar empregos e aumentar a produtividade, para alcançar novos mercados e até mesmo inventar negócios que ainda não existem.

Vamos criar! Criar o novo e não deixar apenas na ideia ou no papel.

Um novo termo para substituir inovação

Não temos esse termo que urge para substituir inovação. Talvez você possa nos ajudar?

Enquanto esse termo novo não nasce, vamos propor um índice em que seja palpável entender quão realmente criador é um indivíduo ou uma organização.

Um índice de criação de novidades autêntico deve ser idealmente abrangente e inclusivo. Esse novo índice deve levar em consideração fatores que contribuem para a capacidade de “tornar real” de um agente seja ele um indivíduo, uma organização, uma região ou um país.

Entendemos que um índice de criação e produção de novidades que mostre o compromisso e seja mais fidedigno deve incluir alguns dos itens abaixo. Fale para nós se você vê outros itens que devam ser incluídos.

  1. Pesquisa e Desenvolvimento-P&D:
    • Os recursos financeiros para P&D;
    • Número de pessoas envolvidas com P&D;
    • Número de horas investidos e trabalhados em P&D.
  1. Propriedade intelectual:
    • Número de registros;
    • Número de marcas registradas;
    • Número de direitos autorais;
    • Número de patentes. Todos esses registros podem hoje ser realizados via blockchain em poucos minutos, de forma econômica e cabal.
  1. Capital Humano:
    • Grau de educação e qualificação;
    • Disponibilidade de talentos;
    • Percentual de engajamento em atividades científicas e tecnológicas.
  1. Empreendedorismo:
    • Número de novos negócios iniciados;
    • Número de empresas de alta tecnologia;
    • Montante acessível de capital de risco;
    • Frequência de início de novos negócios.
  1. Conectividade:
    • Número de colaborações com universidades, instituições de pesquisa e com a indústria local, regional e nacional;
    • Número de parcerias internacionais;
    • Faturamento envolvendo comércio internacional;
    • Número de conexões com os diferentes atores do ecossistema de inovação.
  1. Ambiente socioeconômico:
    • PIB per capita;
    • Taxa de desemprego;
    • Taxa de pobreza;
    • Valor investido em contratações de serviços e folha de pagamento;
    • Número de formatos de trabalho e remuneração;
    • Número de novos negócios por pessoa por período.
  1. Impacto social e ambiental:
    • Número de tecnologias sustentáveis;
    • Número de registros ambientais;
    • Relatórios de materialidade e indicadores ESG (Environmental, Social and Governance).

Você consegue enxergar pesos diferentes para cada um desses itens que pudesse mostrar o caminho para uma metodologia simples com resultados fáceis de entender e que pudessem ser usados por indivíduos e por organizações?

Qual a equação para mensurar esses parâmetros?

Queremos saber.

Para nós, esses são alguns dos itens que um índice mais fidedigno de criação deve possuir.

Não só um título mais, mas um índice que mostre: Eu encontrei um modo novo de fazer e fiz acontecer. Está aí.

 

Autores

Maria Goreti Freitas PhD
mariagoretifreitas.eth

Cientista de Saúde Pública | Co-Líder deScier | ex-FIOCRUZ | Embaixadora Associação Brasileira de Startups de Saúde

Jonathan Boilesen
jboilesen.eth

Cientista da Computação UNICAMP | Líder de Financing deScier | CEO Boilesen Consultoria

Copyright dos Autores 2023 

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