O Banco Central do Brasil informou avanços no desenvolvimento e implementação do Real Digital ao revelar que a CBDC nacional terá seus primeiros nós de teste implementados nos participantes selecionados a partir da próxima semana. Para esta fase de testes a blockchain escolhida foi o Hyperledger Besu.
O Hyperledger Besu é um cliente Ethereum desenvolvido para uso corporativo. Besu é um cliente baseado em código aberto Java criado sob a licença Apache 2.0. Assim como outros clientes, o Besu está em conformidade com o Ethereum Yellow Paper. Ele pode ser executado na rede principal da Ethereum ou em uma rede privada com permissão.
Ele também tem suporte para testnets como Rinkeby, Ropsten e Görli. Besu inclui vários algoritmos de consenso, incluindo PoA e possui esquemas de permissão abrangentes explicitamente projetados para uso em ambientes de consórcio.
Com a habilitação, via recurso de consórcios no qual participam a exchange Mercado Bitcoin e a Caixa Econômica Federa, os testes do Real Digital vão contar com 16 consórcios particpantes. Após a instalação e sincronização do nós, os testes do Real Digital terão inicio com o objetivo de testar todo o fluxo e seguraça da tokenização de um título público.
O BC também espera testar a privacidade das transações e até que ponto as informações de transparência registradas na blockchain deve ser públicas. A intenção do BC é que o Real Digital seja uma plataforma aberta, no qual o BC oferece a infraestrutura e define as regras, mas o desenvolvimento dos serviços e aplicações são realizados pelos integrantes do sistema financeiro.
“Vamos testar o que já temos em casa, mas o Real Digital é um projeto aberto. Eu seria mentiroso se dissesse que já sei até onde a iniciativa pode chegar”, disse Rafael Bianchini, coordenador de regulação de riscos financeiros do BC.
População pode ter acesso já em 2024
Após os testes com o Real Digital, como noticiou o Cointelegraph, o BC espera que o Real Digital já seja testado com a população em 2024, antes da saída do atual presidente Roberto Campos Neto, amplo defensor da modernização do Sistema Financeiro Nacional.
Na última segunda-feira (26), durante o primeiro fórum público para discutir o Real Digital, o coordenador do Real Digital no Banco Central Fabio Araújo disse que os primeiros testes junto à população devem acontecer no final do ano que vem, após o Banco Central “atingir um grau de maturidade.”
Araújo também revelou que em agosto começam as transações dos contratos com a participação das empresas como nós validadores. No mês seguinte, até fevereiro de 2024, começa a “prospecção de soluções de privacidade (time box)” e execução dos fluxos utilizando chamadas às interfaces binárias de aplicação (ABIs, na sigla em inglês), fase em que a autoridade monetária deve mensurar a eficácia das transações, o que antecede a avaliação da etapa, em março do ano que vem.
Após essas fases, caso o Real Digital passe nos testes relacionados ao cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), o Banco Central deve incorporar outros protocolos, entre eles os primeiros testes envolvendo a população, o que está além do escopo apresentado por Fabio Araújo.
Via cointelegraph