A startup brasileira Polen está utilizando a tecnologia blockchain para transformar lixo em créditos de logística reversa. Os créditos ajudam empresas a cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece a necessidade de reciclar 22% de todas as embalagens colocadas no mercado.
O processo de coleta, armazenamento, registro e comercialização de tokens é feito por um conjunto de cleantechs que integram o Grupo Seiva. Os tokens representam, cada um, um crédito de logística reversa, o correspondente a 1 kg de resíduo reciclado. Além da Polen, participam do processo a ‘Hive‘ (colmeia, em português) e a ‘Bee‘ (abelha, em português).
A Bee coleta resíduos sólidos por mais de 50 pontos espalhados pela orla do Rio de Janeiro e leva para a Hive, que é o depósito criado especificamente para unir esses resíduos sólidos e centralizar sua demanda.
Com o material nesse centro, as empresas podem comprar os tokens com a Polen, fechando o ciclo da logística reversa. No primeiro semestre de 2020, a Polen chegou a compensar 66 mil toneladas de resíduos sólidos, o equivalente a 2,7 bilhões de embalagens.
Durante o processo de logística reversa do Grupo Seiva, notas fiscais eletrônicas são geradas na blockchain para comprovar a venda dos resíduos na indústria da reciclagem, tornando-se tokens rastreáveis com informações para certificar a validade de um crédito de logística reversa às empresas interessadas no serviço. Um relatório também é disponibilizado pela Polen após a compra dos créditos.
A Polen utiliza a blockchain EOS, que segue o modelo de “prova de participação” (proof of stake). Este mecanismo de consenso reduz o consumo de energia elétrica em comparação com outros formatos, como a “mineração” ou prova de trabalho.
(adaptado da matéria da EXAME)