Atualmente, os pesquisadores da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, estão investigando como a inteligência artificial pode ser utilizada para aumentar a detecção de pólipos. Neste caso, ela funciona como uma ferramenta para melhorar o tratamento de uma ampla variedade de doenças, visando encontrar mais cedo os sinais difíceis de detectar, quando as doenças têm mais chances de serem tratadas.
Máquina e humano em parceria
No caso do câncer de cólon, o sistema de IA trabalha junto com o médico em tempo real, verificando o vídeo da colonoscopia e desenhando pequenas caixas vermelhas ao redor dos pólipos que poderiam passar despercebidos.
“Todos nós conhecemos o software de reconhecimento facial”, diz o dr. James East, da Mayo Clinic. “Em vez de treinar a IA para reconhecer rostos, nós a treinamos para reconhecer pólipos.”
Um ponto importante é que os pólipos são mais difíceis de detectar naqueles que mais precisam dessa triagem, já que pacientes com doenças intestinais inflamatórias (DII), como doença de Crohn ou colite ulcerativa, têm maior risco de ter câncer colorretal.
“A maioria das pessoas que desenvolvem esses tipos de câncer passam por colonoscopias regulares, e as lesões continuam não sendo detectadas porque os tumores são muito sutis”, diz a Dra. Nayantara Coelho-Prabhu, bacharel em medicina e cirurgia e gastroenterologista. Ela acredita que a IA pode ser treinada para procurar pólipos que aparentemente são inofensivos.
“Realizamos colonoscopias de vigilância em 800 a 900 pacientes com DII por ano. Como resultado, acumulamos um enorme banco de dados que podemos usar para desenvolver os sistemas de IA necessários para melhorar a forma como realizamos as colonoscopias desses pacientes”, acrescenta a dra. Coelho-Prabhu.
Como tudo vai funcionar
Esse banco de dados fornece o que a dra. Coelho-Prabhu e outros especialistas chamam de “verdade fundamental”, que são as observações e medições do mundo real usadas para treinar e testar algoritmos de IA.
Atualmente, a equipe da dra. Coelho-Prabhu está anotando dados de um subconjunto de 1000 pacientes, assistindo a cada um dos vídeos das colonoscopias e marcando as lesões em cada quadro e de todos os ângulos. Depois que as imagens forem anotadas, os pesquisadores as alimentarão em um computador para gerar o tipo dos algoritmos de “aprendizado de máquina” de IA que permitem que o computador aprenda a reconhecer sozinho os pólipos específicos de DII.
A Dra. Coelho-Prabhu, o gastroenterologista Dr. Cadman Leggett e seus colegas são precursores em uma nova plataforma de endoscopia digital que filmará todos os procedimentos internos, fará a correlação deles com os registros médicos e, em seguida, integrará a IA aos procedimentos, conforme aplicável.
“Depois de desenvolver os algoritmos, poderemos executá-los em nossos vídeos de procedimentos para testar seu desempenho”, finaliza a doutora.
Via megacurioso