A modernização na agricultura tem sido um dos principais focos de investimento nos últimos anos, e a tendência é que essa tendência continue em 2023. As empresas de base tecnológica que atuam dentro da porteira vêm ganhando espaço, impulsionadas pela consolidação dos modelos digitais de agropecuária.
Segundo analistas do setor, com a chegada do 5G e a adoção constante de blockchain na rastreabilidade da produção, há um enorme potencial para avançar ainda mais, com soluções de sensoriamento, automação, inteligência artificial e gestão de dados.
De acordo com Sergio Barbosa, head de agro do Cocriagro, o momento é de consolidação de tecnologias que atuam antes e depois da porteira. Entre os segmentos com maior potencial, estão a gestão de riscos, com soluções que consolidam informações agronômicas e de outras variáveis para delinear cenários mais confortáveis para os agentes financeiros atuarem.
Segundo ele, isso inclui demandas de seguro e crédito rural. Outro setor que vem ganhando cada vez mais adeptos é o metaverso. A união entre o fisico e o digital por meio do metaverso pode ajudar os produtores com treinamentos, capacitações, eventos em ambiente virtual e até em soluções de marketing de vendas para que tanto empresas como consumidores finais conheçam a ‘magia’ envolvida na produção e distribuição dos produtos consumidos.
“Estão surgindo ecossistemas de inovação em todo o Brasil usando diferentes tecnologias para promover a transformação digital no campo. No Vale do Rio São Francisco, com soluções para uso racional da água, gestão de risco climático e rastreabilidade, por exemplo”, disse.
Tecnologias que quantifiquem o sequestro e a pegada de carbono no solo e que também negociem nesse novo mercado estão entre as mais promissoras. E, ainda, a agricultura urbana, que se dedica à produção de HFs e outros produtos agrícolas em ambientes urbanos, de forma verticalizada e com cultivo protegido, conta com soluções de iluminação artificial e aceleração de crescimento entre as novidades.
Agro é verse, agro é block
Além dos eixos tradicionais das agtechs, que compreendem o Centro-Sul brasileiro, a região do Matopiba e especialmente a do Vale do São Francisco estão emergindo como ecossistemas de inovação com grande potencial. Soluções para uso racional da água, gestão de risco climático e rastreabilidade estão entre as iniciativas promissoras.
Recentemente a Visa, em parceria com a Agrotoken, anunciou o lançamento de um cartão de crédito lastreado em commodities agrícolas tokenizadas pela startup Agrotoken. A solução, voltada ao agronegócio, também pretende permitir aos produtores tokenizar commodities e usar estes tokens como forma de pagamento em compras de bens e serviços.
“O cartão de crédito internacional pode ser usado como meio de pagamento em mais de 80 milhões de estabelecimentos credenciados à Visa no mundo. É possível comprar desde um simples café até insumos agrícolas, combustível para a caminhonete ou uma viagem para o exterior”, exemplifica Anderson Nacaxe, diretor nacional da Agrotoken no Brasil.
Segundo informaram as empresas, os produtores que tokenizarem seus grãos terão acesso às facilidades de uso de um crédito que será disponibilizado no cartão, mas, primeiro, é necessário fazer a digitalização dos grãos físicos na plataforma da Agrotoken.
Os tokens são convertidos, pela Agrotoken, como crédito para o produtor transacionar os grãos; ou seja, ele pode pagar suas compras em sacas de soja, milho ou trigo utilizando o cartão Agrotoken Visa como meio de pagamento. Os tokens são desenvolvidos na blockchain da Algorand em parceria com a Pomelo. Os tokens podem ser utilizados de maneira fracionada, conforme o valor de cada compra.
Via cointelegraph