O projeto-piloto do Real Digital, Moeda Digital do Banco Central (CBDC, na sigla em inglês), terá como foco testar a infraestrutura e a privacidade das informações que vão transitar na rede. Os testes com transações e clientes simulados começam nesta segunda-feira (6) e vão durar até março de 2024, segundo afirmou Fabio Araújo, coordenador da iniciativa no Banco Central, em coletiva de imprensa na qual apresentou as diretrizes da iniciativa.
Essas experiências serão feitas por meio da tecnologia DLT (Distributed Ledger Tecnology) e com ativos financeiros. Araújo explicou que serão simuladas transações de emissão, negociação, transferência e resgate durante esse período de experiência. E o primeiro ativo a ser usado como teste do Real Digital será um título público federal.
“Tendo esses mecanismos prontos, a gente pode fazer a aplicação final da proposta, que é o contra pagamento de títulos públicos entre diferentes bancos”, disse.
O período de testes terá quantidade de participantes e horário de funcionamento limitado. “A limitação em testes deve-se à redução de custos e simplificação. Por isso, a fase de testes é fundamental”, argumentou Cruz.
Três categorias de ativos
O BC está trabalhando no desenvolvimento de uma plataforma para operações de Real Digital com base na tecnologia DLT, de registros distribuídos, muito conhecida no mundo dos criptoativos: a mais famosa é a blockchain.
“A primeira diretriz [para o desenvolvimento do CBDC nacional] é a utilização de uma plataforma de registro distribuído que permita o registro de ativos de diversas naturezas, um DLT multiativo”, diz Araújo.
- Real Digital: para o atacado ou interbancário; moeda do Banco Central, que hoje os análogos são as reservas bancárias ou as contas de liquidação;
- Real Tokenizado: para o varejo; versões tokenizadas do depósito bancário; que é o dinheiro em sua versão digital do que a pessoa física tem no banco;
- Títulos do Tesouro Direto: possibilidade de compra e venda de títulos públicos federais (TPF) no mercado primário e secundário.
Embora o Real Digital ganhou força como nome mais conhecido da versão virtual do dinheiro, o BC deu nomenclaturas específicas diferentes para separar o funcionamento de cada ativo no ambiente digital que está sendo criado.
Via infomoney